segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quem quer ser um milionário?

Quem ainda não assistiu, está esperando o que?

domingo, 28 de junho de 2009

Os exageros da novela

Já fazia horas que eu estava pra escrever sobre as verdades e mentiras que passam na novela. Em geral, o trabalho da Globo está bom, retrata a cultura indiana e mostra os principais custumes. Mas tem alguns absurdos que eu não sei de onde a autora se inspira: ontem foi demais, o Raj e a Maia, casal principal, acompanhados do Ravi e da Camila foram ao cinema. Bom, além de não calarem a boca durante o filme - coisa que indiano não faz, na verdade, quem não calava a boca éramos nós estrangeiros, porque sem legendas em inglês e com o filme em hindi, algum indiano que estava nos acompanhando era sempre obrigado por nós a traduzir a trama em tempo real (claro que depois de tantos filmes e alguns meses na Índia, eu já me virava pra entender sozinha). Mas o absurdo que apareceu foi no momento em que as dancinhas típicas de um filme de Bollywood começaram e todos no cinema começaram a dançar e alguns até levantaram pra fazer a performance!!!
Ridículo!!! Pobres dos indianos de às vezes parecerem tão bobos nessa novela!!! Mas essa de dançar no cinema foi DEMAIS!!!
Não estou acompanhando 100% a novela, mas com alguns capítulos que vi já dá pra comentar os principais absurdos. Não vou nem incluir a proximidade da Índia, Brasil e Dubai, além da falta completa de fuso horário (ligam de noite no Brasil e é noite na Índia também) e nem da facilidade de comunicaçao, onde todo mundo fala a mesma língua. Vamos nos focar mais na cultura e nos custumes:
- Roupas das brasileiras na Índia e das indianas no Brasil: tá certo que brasileira gosta de mostrar a perna e que aqui a gente pode usar de tudo, mas mesmo que uma brasileira sem noção chegue na Índia sem saber das diferenças, ela não ia aguentar muito tempo usando suas roupinhas decotadas e curtas só pelos olhares de todos os tipos que ia atrair. Bom, parece que isso não foi problema em Caminho das Índias: quando a Camila, a Leinha e a Júlia estavam por lá o figurino andava beeeem ousado. Po, roupas que eu nem usaria aqui no centro de Porto Alegre!!!!
Outro absurdo foi quando a Maia foi pro Brasil... todo empiriquitada de saree e outros apetrechos indianos. É verdade que muitas indianas quando viajam ainda usam saree, mas não uma indiana de uma família como a da Maia, com dinheiro e exposição internacional... por favor, ne?
- Dancinhas o tempo inteiro : várias pessoas já me perguntaram: "é verdade que eles dançam o tempo inteiro?" Não nego que os indianos gostam de dançar e que todo mundo dança bem, que nas festas e festivais tem muita dança, mas tipo assim, de dançar pra comemorar qualquer coisinha? Nunca vi!
- Decoração das casas : infelizmente na Índia, quanto mais rica a família é menos indiana é a casa... Impressionante, essas famílias com mais dinheiro e exposição internacional obtam por uma decoração mais ocidental. Acho uma pena, mas em todas as casas de indianos que fui, desde Mumbai, Delhi, Jaipur e Bangalore vi pouquíssimas coisas que lembrassem da cultura indiana... Ou seja, se a casa da família Ananda fosse na Índia mesmo não seria nada parecida com o que é. Até nos filmes de Bollywood é difícil ver uma casa assim. Mas eu não acho errado a novela mostrar a casa assim, afinal, mesmo que não usem mais tanto lá, tem que mostrar a cultura indiana aqui.
- Roupas dos homens e das mulheres : Pois é, as mulheres ainda usam saree e muito, mas famílias mais ricas infelizmente tem abandonado cada vez mais a cultura. Como já escrevi num post, quem usa saree todo o dia em geral são de castas mais baixas (falo isso das principais cidades, não sei como são em vilarejos no interior). Ou seja, as mulheres da família Ananda usariam mais Salwar kameez, aquela túnica com calça e lenço ou até mesmo roupas ocidentais. Já os homens, bah, na Índia inteira e em todas as classes acho que as roupas típicas só sobraram pra cerimônias importantes e casamentos: no dia a dia é impossível encontrar um homem vestido a caráter. Hum, quanto a senhores mais velhos, tipo o tal do chacha na novela, não sei... capaz de eles usarem roupas típicas sim.
- Empregados : típico de novela da Globo, os empregados são os melhores amigos dos patrões. No Brasil até dá pra aceitar, mas na Índia, isso é simplesmente impossível: existe um abismo entre os empregados e patrão, muitas vezes os empregados são muito mal tratados e não esperam nada mais do que isso. Em várias casas que fui, olhava pros empregados e tentava cumprimentar, mas eles nem deixavam nossos olhares se cruzarem, tamanha submissão. Então filhinha de empregada sendo criada com a filhinha da família e empregada cheia de segredinhos da patroa... não dá pra engolir.
Bom, mas também tem muitas coisas que a novela representa bem:
- Gerações e gerações debaixo do mesmo teto : sim, gente, é verdade que muitas famílias moram debaixo do mesmo teto... e isso até na cosmopolita Mumbai, até em pequenos apartamentos!!! Tá e nem estou falando das famílias pobres, que fazem isso também por falta de opção, mas de famílias mais ricas. No momento do casamento, a mulher passa a pertencer muito mais à família do noivo que a dela.
- Sogras megeras : já escutei e li muito sobre sogras bem malvadas. E o engraçado que ao invés da nora, na sua vez de virar sogra, ficar boazinha, ela fica tão malvada quanto com a nova nora...
- Tikhe, accha, chalo, dehko : muitas das palavrinhas em hindi que são faladas na novela fazem sim parte do vocabulário na Índia. (isso quando as pessoas falam em inglês mais ainda herdam palavras em hindi) Essas significam: está bem, ok ou bom, vamos e olhe. O único problema na novela é a pronúncia mesmo... hihihih
- Firanghi nem pensar : essa palavra significa estrangeiro e é verdade que muitas famílias não gostariam de ver seus filhos casados com estrangeiros... se já é complicado as vezes casar com um indiano de casta diferente, imagina alguém completamente fora da cultura indiana... Sei de muitas histórias de famílias que deixam seus filhos que estão no exterior até namorarem estrangeiras, mas na hora de casar, tem que encontrar uma indiana sim. (às vezes eles encontram uma indiana no país extrangeiro que estão)
Não consigo lembram de mais coisas... bom, espero comentários de quem assiste pra continuarmos essa discussão!

sábado, 20 de junho de 2009

Can't you see my shop, ma'am?

Foi revendo esse videozinho que coloquei abaixo que me lembrei que até então nunca escrevi sobre “comprar” na Índia. Pois é, embora a oferta seja absurda e os preços atraentes (se comparados com preços europeus e até brasileiros), essa tarefa não é nada fácil.

Primeiro porque o que parece ser uma vantagem acaba por se tornar um incomodo: é tanta coisa, de tantas cores, modelos, materiais (como eles mesmos dizem: different style, different models, different different ma’am! ) que a gente cansa os olhos muito antes de encontrar o que realmente queremos comprar. Depois, ao encontrar o que a gente quer comprar, na maioria das vezes tem a barganha... Bom, é claro, que basta ver uma carinha estrangeira pra eles tascarem o preço (mas isso não quer dizer que os indianos também não pechinchem entre eles) e aí haja paciência e jogo de cintura pra chegar num acordo.

Em Mumbai, onde a barganha rola solta é em Colaba, uma rua no sul da península com vários tipos de bugigangas: bolsas, pulseiras, lenços, blusinhas... Mas Jaipur, a capital do Rajastão – estado mais rico em artesanatos da Índia – coloca Colaba no chinelo: todo o centro de Jaipur, que fica dentro do cidade murada, é REPLETO de lojinhas e a variedade e qualidade das coisas é muito melhor. Foi justamente quando estávamos em Jaipur que eu e a Salma nos inspiramos em fazer o vídeo, tamanho o assédio diário pra comprar porcarias nas lojas de Jaipur. Lá os vendedores ficam na rua e quase nos puxam pra entrar na loja... Basta um olhar se cruzar e eles já acreditam que é uma abertura... putz, ai sim, não sossegam até você entrar na loja. Aí mesmo pedindo uma colcha , eles mostram colchas, mas também capas de almofada, blusas, sarees... o que tiver na loja!!! E basta a gente tocar num desses artefatos (tipo, estava olhando só as colchas, mas de repente mostra o menor interesse por sarees) lá vem eles com mais different different styles. É muito engraçado, as vezes pra não perder o freguês, eles nos fazem esperar e chegam a trazer coisas de outras lojas... Um lava a mão do outro.

Bom, e o preço? Isso varia muito de cada vendedor... tem uns que são mais sérios, cobram um preço próximo do real. Tem outras que avacalham e cobram 3 , 4 vezes mais. Aí vai da consumidora aqui usar seu poder de negociação. Pra evitar ser influenciada pelo vendedor, antes de comprar a peça, eu calculava com base na minha experiência de Índia e no meu bolso quanto eu pagaria pela peça. Aí não importa se ele falasse 1000 ou 300 que eu ia barganhar pra chegar nas minhas 150 rupias (no caso de uma luminária).
Em Colaba, como a maioria das lojinhas é tipo camelô, eles não podem usar tanto de outros artifícios como em Jaipur. Lá, eles nos oferecem chá, água, qualquer coisa pra deixar o cliente feliz. Quanto mais confortável a gente parece que está , mais produtos eles nos mostram...
Mas e a comunicação, como é? Essa é a parte engraçada... claro que eles falam inglês, afinal, são vendedores (em Jaipur falam até outras línguas... tipo francês, espanhol... o que não fazem pra vender, né?). Mas o inglês é precário e pra dar ênfase, eles repetem muito as palavras: Ma’am, come to see my shop, ma’am... I make good price, good price, ma’am! Very good price!
E isso sem contar os termos que são mais que padronizados, usados por todos pra justificar os preços ou pra nos fazer achar que estamos fazendo the Best deal ever.
Quando vão dar o preço dizem: Ma’am, you my first customer, so first customer good luck, so good price for you ma’am.

Era tão engraçado, quase todos vinham pra nós com essa de “first customer”. Eles dizem que o primeiro cliente traz boa sorte... e pra muitos essa crença é verdadeira, já vi muitos motoristas de rikshaw de manhã cedo (ou seja, provavelmente, primeiro cliente) fazendo todo um ritual com o dinheiro que tinham recebido.
E as qualidades do produto? Bom, além de tudo ser good quality, tudo, tudo mesmo eles dizem que é hand work. Coisas que assim, escancaradamente eram feitas à máquina, eles vinha com essa de hand work.

Bom, e na hora de baixar o preço?

No , ma’am, not possible, like this no profit, no profit, ma’am, this is below my cost.

Ah, sem contar quando eles concordavam com o preço e diziam: ok, ma’am, Just for you, ma’am...

Já para os clientes, uma estratégia interessante, quando vê que o vendedor não quer mesmo baixar a oferta, é ameaçar sair da loja... geralmente eles vêm atrás, e se não concordam de cara com o preço proposto, oferecem outro desconto.

No fim, comprar na Índia que parece tão irresistível acaba por tornar-se uma tarefa e tanto... Mas em momento nenhum os vendedores se tornam agressivos, muito pelo contrário, as vezes até terminava em risada... Uma vez com um motorista de rikshaw, antes mesmo dele dizer o porquê do preço dele eu falei : accha, fixed rate, standart cost... e ele e mais outros começaram a rir (afinal, sempre usavam essa desculpa).

Acho que o vídeo traduz um pouco tudo isso que escrevi. A princípio queríamos filmar numa loja mesmo, mas aí acabamos por filmar no quarto que estávamos em Jaipur com todas as coisas que compramos... Espero que vocês entendam meu inglês com sotaque!
Obs: no filme, eu falo de italian coffee, porque um dos vendedores chegou a nos oferecer italian coffee, juro!! Não é de se matar de rir?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Hindustani Chale!

Esse video é bárbaro, recebi de um amigo, num desses "fwd" que todo mundo manda pra todo mundo, antes de viajar pra Índia. Vale a pena checar...
(sabe que eu até entendi umas palavrinhas na música? hum chalo, Hindustani chale - vamos lá, Índia vamos lá! )


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mujhe hindi bolo!

A chance da frase acima conter erros é grande. Mas a chance de um indiano entender o que eu quis dizer, é enorme. Isso era uma das coisas que mais me agradava em Hindi: embora a gramática não seja tão simples, dava pra brincar com a língua como se ela fosse um quebra-cabeça, só juntando pecinhas. Primeiro, o número de palavras usadas em inglês em hindi é enorme, por exemplo, music, ice cream, meeting, etc. Então se eu entro num rikshaw e quero que ele ligue o som, é só perguntar: music he?
Ou seja, com algumas palavras eu já me virava bem. Uma pena eu não ter dedicado mais tempo a aprender, é uma das coisas que mais me arrependo ao pensar que voltei sem falar hindi. Digo isso porque sei o número de conversas que perdi com pessoas simples que não falavam inglês. Seguido elas se impressionavam com duas ou três palavras que eu falava e já queriam continuar o papo... Na maioria das vezes, eu só fingia que entendia, balançava a cabeça e repetia accha (ok, bom).
Mas o meu hindi deu pro gasto: além de me ajudar em muitas barganhas (nehi boss, bohut mengha he! - não, chefe - gíria usada em Mumbai - está muito caro!), o fato de eu saber alguns principais verbos me abriram muitos caminhos: dava pra pedir algo em hindi, por exemplo, pani chahiye (quero água), falar com os rikshaw wallahs, Goregaon Chalega? (vamos para goregaon?) e assim vai. Claro que em momento nenhum passei por indiana ao falar hindi... com certeza, meu sotaque me entregava! ( O Navdeep disse que eu tinha voz de criança quando falava... hihih)
Bom, mas essa discussão sobre o meu hindi, vale pra falar de algumas palavrinhas e termos que aprendi lá.
(Pra quem assiste a novela, muitos termos eu nem tinha escutado antes, tipo Bhagwan ki lihe! - por deus! - ...)
Arrey - uma interjeição, díficil explicar exatamente o significado. Mais parecido com "puxa!". Geralmente acompanha bhai (se chama todo mundo de bhai, tipo rikshaw wallah, os comerciantes, etc - é uma maneira carinhosa e educada de chamar alguém), como em Arrey, bhai! .
Wallah - significa alguém que faz certa atividade: os rikshaw wallahs são os motoristas de rikshaw, os chai wallahs são os que fazem e servem chá, os dabba wallahs são os que entregam as marmitas e assim por diante.
Boss - usando no Mumbai hindi, hindi falado em Mumbai que dizem ser um pouco distinto e cheio de gírias, da mesma maneira que o Bhai, da pra chamar alguém de boss.
Right lena, left lena - como expliquei, muitas palavras do inglés são usadas no hindi. Por exemplo, tome a direita, tome a esquerda.
Bus! - basta, enough! Muito usado, tanto pra falar pra alguém parar de te incomodar (tipo um pedinte, um vendedor) ou pra dizer pro rikshaw parar (sim, usa-se mais "basta" do que "pára!" , Rucko).
Mendhi - henna.
Me tumse piar karte hum - eu te amo.
bolo, bolo! - fala, fala!
me tik hu - eu estou bem.
tik he - usado no sentido de ok, mas significa "está bem" .
Bharat - Índia.
Chawl - quarto onde uma família inteira mora junta e que fica numa espécie de cortiço. Muito comum em Mumbai, cidade em que oportunidades sobram e espaço falta.
Pandit - sacerdote. Para chamá-lo, usa-se Panditji, uma forma de respeito.
ji - pode ser usado no final de um nome ou até nome próprio, como Arjunji, e é uma forma respeitosa de chamar alguém. Aí vai: papaji - ( em geral usado para senhores mais velhos), sirji (no sentido de senhor).
Samosa, Dahl, Roti, Aloo, Murgh, Chana - nomes de comida. Bom, se começar a desenvolver esse assunto vou longe, já que com a maioria dos menus em hindi (mas escritos na forma latina) fui obrigada a aumentar o meu vocabulário nessa área. Traduzindo as palavras que escrevi: pastel com recheio de batata, cebola e condimentos; sopa de lentinha amarela; pão tipo indiano; batata; galinha; grão de bico.
Haveli - castelo.
Bindi, Saree, Choli, Salwar Kameez, Dupata - entrando na parte dos adornos e roupas também dá pra ir longe, então prefiro ser mais breve aqui. Tradução: adorno tipo terceiro olho, traje indiano, pulseira, tunica com calça larga e xale.
Mengha, Sasta - caro, barato.
eq, do, tin, char, pach, che, saat, at, nou, dãs - números de um a dez.
Hum, não consigo lembrar mais nada agora para adicionar no repertório. Assim que lembrar, escreverei!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

This is my India

This is my India


Vale a pena olhar de novo, finalmente coloquei legendas!!!

Haule Haule



Acho bárbara essa canção... faz parte da trilha sonora do filme Rab ne bana di jodi - E deus fez um casal - e conta a história no momento em que ele se apaixona pela esposa... Além da música ser boa, as cenas são ótimas e mostram bem o dia-a-dia de um indiano: a tiffin (marmita, em amarelo no vídeo) que ele leva pro trabalho, a rua cheia de movimento, com carga, pessoas, motinhos... a casa dele, uma típica indiana (infelizmente não conheci nenhuma casa assim) e mostra até o Festival Holi, comemorado na chegada da primavera, com as pessoas jogando pós coloridos umas nas outras.

Divirtam-se!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um dia de professora...

Eu bem que curti meus dois dias de professora. Também não posso negar que a volta ao meu primeiro colégio não foi emocionante... tantos os anos que eu passei ali... uma lembrança especial veio ao olhar as escadas. Me lembro que muito a gente, as meninas, ficava ali espiando os meninos dos anos mais velhos!!!
Mas como o enfoco do blog é Índia, vamos mudar de assunto! hihih Bom, nem preciso dizer que as apresentações foram um sucesso. A idéia mesmo surgiu do meu pai e conversou com uma ex-professora minha que prontamente aceitou a proposta. E eu, que sempre gostei de um público, também topei.
Claro que o fato da novela do momento estar se passando na Índia ajudou muito pro desenvolvimento da bate-papo. A maioria dos alunos assistia à novela e com certeza os que não assistem vão na onda, já que a mídia acaba girando em torno do assunto (só esta semana saiu uma revista sobre a Índia e também uma matéria em um dos principais noticiários na TV). E com uma colaboração bem boa da parte deles (todas as turmas foram ótimas!!! Parabéns alunos!) o diálogo fluiu bem: discutimos sobre as religiões, expliquei sobre o sistema de castas, sobre os casamentos, sobre a comida (quando mostrava a foto da comida ninguém se animava muito... foi tão engraçado quando um dos meninos da 7a série perguntou como comia a gravy com a mão? ) e até sobre Bollywood. Pra completar, fotos, claro!
Mas as perguntas que surgiram foram ótimas. As duas últimas turmas, de 7a e 6a série, eram de mais novinhos que em geral são menos envergonhados que os mais velhos e perguntam o que vem na cabeça. Quando eu comentava dos preços, ou seja, que tudo na Índia é baratíssimo para os nossos padrões, um menino perguntou : " Tá, mas o que é caro então?" Outro veio me perguntar, no final da palestra, como era o esquema de deixar a henna mais escura, já que aqui no Brasil a gente também usa a henna pra fazer tatuagem (na Índia pra deixar a pintura de henna bem escura têm várias dicas).
Muitas perguntas vieram por causa da novela: "e as roupas? e os dalits? é verdade que não pode falar o nome do marido na frente dos outros? " . Fiz questão de mostrar que a novela também tinha muitos exageros. Afinal, eu, em oito meses de Índia nunca ouvi falar a palavra dalit. E que o sistema de castas existe sim, mas esta cada vez mais enfraquecido e só é mais presente em pequenos vilarejos.
Foi um prazer imenso dividir um pouco dessa minha experiência com eles. Tomara que eles também tenham gostado. ;)